Carta para navegantes

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mapa de leitura I: romances do séc XXI

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Carta #18 || mapas de leitura — uma viagem pela literatura em língua portuguesa, um porto por vez

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Bruna Kalil Othero
out 18, 2024
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mapa de leitura I: romances do séc XXI
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O romance ama o mundo porque ele o abarca e abraça.
Roland Barthes, trad. Leyla Perrone-Moisés

Lista de países onde o português é língua oficial – Wikipédia, a  enciclopédia livre
Nós que falamos a língua de Camões, de Paulina Chiziane, de Érika Hilton.

Bloomington, 18 de outubro de 2024.

I
Hoje completo vinte e nove anos — o segundo como romancista publicada. As longas narrativas fisgam & seduzem sem esforço: desde a infância tenho me dedicado a elas. Como leitora, percebo algumas linhas de força no romance escrito em língua portuguesa no nosso século; do Brasil a Moçambique, de Angola a Portugal. Preparando a lista para meus exames do Ph.D., tentei selecionar representantes de diferentes ramos dessa árvore tão frondosa, e nesta carta compartilho 23 títulos com você. Claro, muitas obras se encaixam em mais de uma vertente, pois a literatura é múltipla — e toda lista é parcial. Vem?

II
[Este é o primeiro mapa de leitura que envio, exclusivamente para assinantes, série que continuará uma vez por mês, com indicações de livros escritos na nossa língua e publicados nos países que falam português. O que acha dessa ideia, vamos desvendar juntes os tantos portos da literatura escrita na última flor do Lácio?]

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III
Talvez o grande tema comum entre nós, prosadores colonizados por Portugal, seja a constante denúncia do colonialismo e dos seus impactos na vida contemporânea. Romances históricos brasileiros como Carta à rainha louca (2019), de Maria Valéria Rezende (1942-), e O som do rugido da onça (2021), de Micheliny Verunschk (1972-), voltam no tempo pra criticar a raiz dos nossos problemas — o empreendimento colonial que atravessou o Atlântico pra implantar no novo mundo opressões de raça, gênero, religião e classe. Ainda sobre a memória da colonização, agora focando nas lutas de libertação dos países africanos, destaco os excelentes Niketche: uma história de poligamia (2002), de Paulina Chiziane (1955-), voz coletiva das esposas de um marido polígamo como metáfora da formação nacional do Moçambique; e Bom dia, camaradas (2001), de Ondjaki (1977-), que expõe as contradições da Angola recém independente pela perspectiva das crianças. 
Esses romances são irmãos pois, insubmissos & rebeldes, gritam contra a perversidade colonial europeia.

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